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Sonho, Flor e Truco

Sonho, Flor e Truco
(Carlos Omar Villela Gomes)

O sonho é marca que encandece em brasa
Retoçando o peito machucando o couro
O sonho é alma que fugiu de casa
Só pelo gosto de se renegar

Já não tem olhos pra mirar solito o fundo das grotas
Seguindo os passos de algum par de botas
Criando história por este lugar
Já não esconde que seu horizonte é maior que a estância
E os olhos teimam em campear distâncias
Que existe o mundo pra se rebolcar

O sonho é vida que trocou de ponta
Que pechou de frente que mostrou a cara
É um braço grande de abraçar o mundo
Um laço forte pra pealar a dor

O sonho é um potro galopando livre pelo tempo afora
Por mais que o mundo lhe apresente esporas
Não foi parido pra cabresteador
O sonho é um potro que não foi parido pra cabresteador

Tanta rodada por esses lançantes
Quem não se garante acaba estropeado
Mas se o tal sonho for dos bem gaúchos
Já se levanta e recomeça a andar

Este meu sonho é uma longa bruta de onde tiro os tentos
Trançando os dias onde me sustento
Pelos arreios que a vida me dá
Este meu sonho é feito um amigo estendendo a mão
Tem quincha buena do melhor galpão
É flor e truco sem calaverear

O sonho é vida que trocou de ponta
Que pechou de frente que mostrou a cara
É um braço grande de abraçar o mundo
Um laço forte pra pealar a dor

O sonho é um potro galopando livre pelo tempo afora
Por mais que o mundo lhe apresente esporas
Não foi parido pra cabresteador
O sonho é um potro que não foi parido pra cabresteador