Moço, Irmão, Companheiro E Paisano
(Luiz de Martino Coronel, Neto Fagundes)
Moço,
Se tenho sede
Não fico olhando as nuvens a espera da chuva.
Cavo um poço e bebo a água nas mãos.
Irmão,
Se tenho fome
Não fico a rondar o celeiro
Vou à luta, dou mãos ao arado
E me alimento dos frutos que nascem do chão.
Companheiro,
Se tenho protesto
Não esmoreço
Digo logo o que quero, no palco, na praça
Para ser verdadeiro.
Paisano,
Se amo,
Não me retiro ao suspiro.
Abro os meus braços, afago, morro e proclamo
A beleza de quem amo.
Eu bebo a água nas mãos
Como os frutos que planto
Digo o que penso,
Digo o que penso
E a quem amo, amo tanto