Milonga Para Dom Jorge
(Gilnei
Baruio Silva, Igor de Macedo)
Passos
firmes se ouvia de Dom Jorge pela casa
Acordando
a madrugada pra sorver o seu amargo.
Mete
lenha no braseiro, dona Diola sua parceira,
Que
passou a vida inteira sempre firme do seu lado.
Pra
quem tirou da terra seu sustento pra a vida
Sabe
que é bruta a lida, mas não se pode "frouxar"
Corredores
são caminhos pra um cerne que não dobra
E faz
da vida sua obra não se deixando pealar.
Uma
Silhueta franzina, que nasceu enforquilhada,
C'oa
a xerenga embainhada e uma espora já sem dente.
No
costado o Piloto -seu perro "Vale Quatro"
Que
não aceita desacato nem de bicho nem de gente.
Se
findou mais um campeiro, se acabou mais uma história,
Mas
que fica na memória de quem com ele aprendeu.
Em
meu canto se eterniza Dom Jorge, homem gaúcho,
Que
se firmou no repuxo e num campo se perdeu.