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QUANDO A MÃE SE VAI DO RANCHO

TÍTULO
QUANDO A MÃE SE VAI DO RANCHO
COMPOSITORES
LETRA
VAINE DARDE
MÚSICA
JOÃO CARLOS BERNARDI
INTÉRPRETE
JOÃO DE ALMEIDA NETO
RITMO
TOADA
CD/LP
3º CANTO MISSIONEIRO DA MÚSICA NATIVA
FESTIVAL
3º CANTO MISSIONEIRO DA MÚSICA NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
2º LUGAR
MELHOR LETRA
MELHOR INTÉRPRETE


QUANDO A MÃE SE VAI DO RANCHO
(Vaine Darde, João Carlos Bernardi)

Quando a mãe se vai do rancho
Há uma tristeza tamanha,
As margaridas fenecem
A casa parece estranha...

Roupas pousam no varal,
Há silêncio na cozinha
E na floreira do pátio
Vicejam ervas daninhas.

Quando a mãe se vai do rancho
O coração se reparte
E há uma cadeira vazia
Na hora triste do mate...

O sonho se fez insônia
O berço perde o balanço...
E o filho pergunta a Deus:
Por que a mãe se vai do rancho?

Quando a mãe se vai do rancho
Deixa um quarto solitário,
Uma santinha sem preces,
Um castiçal e um rosário...

Não mais o velho tempero
De manjerona e alecrim,
Somente um fogão sem lenha
Numa casa sem jardim.

Um dia chega essa hora
E o pranto não tem descanso,
Fica uma dor sem remédio
Quando a mãe se vai do rancho.

O sonho de fez insônia
O berço perde o balanço...
E o filho pergunta a Deus
Por que a mãe se vai do rancho?


Tango do Meretrício

Tango do Meretrício
(Mauro Ferreira, Luiz Bastos)

Rasguei a certidão de casamento
Finquei o braço na mulher
Foi um gritedo, vesti uma fatiota elegante
Despachei duas amantes e me mandei pro chinaredo

Não há lugar melhor que o meretrício
No vício é que eu encontro meu papel
Me enfrasco e canto um tango pras gurias
Que eu sou filho de uma tia da empregada do Gardel

Desde guri eu nunca fui um bom sujeito
Pois a falta de respeito sempre foi minha vocação
Me lendo a mão uma cigana disse tudo
Ou capam esse cuiúdo ou emprenha toda nação

Dizem que bom eu só vou ser depois de morto
Porque pau que nasce torto não dá mais prá endireitar
Eu sou teimoso e por não concordar com isso
Me mandei pro meretrício e fico até desentortar

Amanhã minha mulher que é uma cruzeira
Vai reunir a família inteira prá tentar me redimir
Mas eu garanto que enquanto tiver dinheiro
Nem que chamem os bombeiros não me tiram mais daqui


A Meu Pai

A Meu Pai
(Afif Jorge Simões Filho, João de Almeida Neto)

Meu velho pai, com que desvelo outrora,
Me acalentaste o sonho de criança!
Eras a noite acalentando a aurora,
A saudade embalando uma esperança.

Parece que ouço ainda o teu preceito,
A tua voz pausada e emocional:
“Filho! Não fumes, que faz mal ao peito,
Não fumes filho, que o cigarro te faz mal”.

O teu filho cresceu, já faz poemas.
Sofre. E se chora o pranto rola em vão.
Vive dentro de um círculo de algemas,
Sem ter um gesto de libertação.

Continuo a pecar, meu pai. O mundo
Levou-me para o vício e para o nada.
Mas no fundo eu sou bom. Eu sou, no fundo,
Uma ingênua criança atrapalhada.

Tu és meu pai! A tua flama acesa
Palpita em mim, num milagroso brilho.
E eu sei que tenho um pouco de pureza,
Pela simples razão de ser teu filho.

Fiquei para sempre com esse olhar,
De guri desconsolado a olhar,
A olhar o terreno baldio,
De onde o circo partiu um dia antes.

Tropeiro Cantor

Tropeiro Cantor
(Luiz Felipe Delgado)

Me fiz cantor nas tropeadas
Cantando pra tropa em marcha
Forjava as minhas pajadas
Curtindo o sem fim da estrada

E os pelinchos no alambrado
Se balançando ao vento
Pareciam dar compasso
Aos versos do meu lamento

Meia garrafa de canha
Dormida sob os pelegos
Pura, santa, campechana
A quem nunca dei sossego

Cada gole que eu sorvia
Mais o canto se aprumava
E o cantorzito de aporfia
Cantando coplas, tropeava

Destino, meu boi da ponta
Saudade, meu boi sinuelo
Cantando, virando ronda
Eu nunca boleei, parceiro

E qualquer quarto de lua
Que prateasse a pradaria
Surpreendia a voz xirua
Do cantor em cantoria

Ontem, tropeiro a cantar
Hoje, eu cantor sou tropeiro
A repontar gordas penas
No meu destino estradeiro

Pras pousadas, minha canção
E se achas pouco, parceiro
Juntito ao pé do braseiro
Te deixo meu coração



Joao De Almeida Neto - Tropeiro Cantor by Guascaletras

Marca de Casco


Marca de Casco
(Mauro Moraes)

Enchuguei meu cavalo, pra um Vinte de Setembro
Aliviei o que pude e trabalhei nas estacas
Comprei um preparo de doze e trança pátria
E botei um par de pelegos um laço a batecola

Atei a cola onde a marucra, prende o grampo
Num trançado fronteiro dos buenos, lindeiro no más
Montei num gateaado com ares de capataz
Emponchado de campo atirado pra traz

Me agrada campear as ovelhas
O gado pampa pra todo o lado
Um pingaço entroncado da raça crioula
Um costilhar de novilha um mate com maçanilha,
Um chiar de camboda uma flor pra cuidar

Marca de casco, um florão no peito,
Um fiador de buçal uma estância por dentro
Marca de casco, um florão no peito,
Um fiador de buçal uma estância por dentro, por dentro

A Defesa


A Defesa
(Afif Jorge Simões Filho, João de Almeida Neto)

Voltando de uma caçada,
Dentro da noite silente,
O acusado JVP
Cometeu a insensatez
De agarrar umas batatas
De uma lavoura lindeira,
Furtando pela primeira
E também última vez.

É de bons antecedente,
Como a defesa supunha
E não falta testemunha
Que lhe abone o proceder;
O JVP
É honesto, simples, pacato
E viver à beira do mato
Plantando para comer.

Mas todos têm o seu dia
De culo, como se diz,
E ele, pobre e infeliz,
Tentado por satanás,
Pôs no bolço umas batatas,
De vinte a trinta, calculo,
E no seu dia de culo
Foi descoberto, no más.

E foi um deus-nos-acuda,
Seu rancho foi revistado,
Veio um sargento fardado
Com pose de general
E o JVP,
Pacato, simples, honesto,
O filho do seu modesto
Foi processado, afinal.

E agora aqui me concentro,
Nestes versos sem beleza,
Para fazer a defesa
De tão pequeno ladrão;
Abro o código de lei,
Como se diz lá por fora
E peço, sem mais demora,
A sua absolvição.

JVP está inocente
E não merece a condena,
Porque está isento de pena
Pelo Código Penal;
Pois nestes tempos modernos,
De roubos, de negociatas,
Quem furta algumas batatas
É um retardado mental.

Ou então basta uma multa,
Porque o furto praticado,
De tão pequeno e minguado,
Coube em dois bolsos normais.
E que importa à parte lesada,
Mesmo pobre em bens terrenos,
Umas batatas a menos
Umas batatas a mais.

Por falta de dolo ou culpa
Que o crime caracterize,
Deixe passar o deslize
Até sem multa, Doutor;
Vossa Excelência é sensível,
E sabe em sua nobreza
Que a maior batata inglesa
Não vale. 


Provinciano


Provinciano
(Mário Eleu Silva, Mário Barros)

Longe da cidade grande
Alheio ao mundo agitado
Vive bem aquerenciado
O gaúcho provinciano
Seja campeiro ou urbano
É sempre um conservador
Seu verso guarda o sabor
Das coisas do cotidiano.

Estende a mão, cumprimenta,
Também retira o chapéu
Sabe quando muda o tempo
Bombeando as nuvens no céu
Lá pras bandas da fronteira
Se parece um João Barreiro
Zeloso, cuida do pago
Com cisma de peão caseiro.

As razões de cantar triste
Vêm de muito tempo atrás
Rude devoção que existe
Pelo campo e pela paz.
Que misteriosa tendência
Sina, feitiço ou desejo,
Faz clamar seu lugarejo
No entardecer da existência

Provinciano, pêlo duro, te juro
Sei do teu amor sem fim
Por esta querência amada
E pela vida sossegada
Porque eu também sou assim

Sonho Estradeiro

Sonho Estradeiro
(Lauro Antonio Correa Simões, Sabani Felipe de Souza)

Nas longas trilhas
Silenciosas dos caminhos
Ao passo lerdo
Da carreta dos meus sonhos
Retorno ao tranco
Pra o meu rancho de carinhos
Estrela guia
Dos versitos que componho

Na solidão
Das distancias estendidas
Rondando as juntas
Dos meus bois de ilusão

Com mais fereza
Picareio pela vida
Essa saudade
Que conduzo ao coração

Quem estradeia que nem eu
Estradas longas
Seguindo um rastro
De carreta centenária
Somente tem
Pelas noites
As milongas
Que não se aquietam
Ante as almas solitárias

E quando os olhos
Já cansados de horizontes
Vão revisando trilha a trilha
Os corredores
Mas lerdo é o tranco
Da carreta no reponte
Seguindo olhar
Que se foi
Campear amores

Sina andarenga
Desse mundo
Sem cancelas
Dia após dia
Carreteando os meus anseios
De um rancho lindo
Com cortinas nas janelas
E o riso alegre
De uma flor quando me arreio

Polca De Relação

Polca De Relação  
(Elton Saldanha)

Num fandango de campanha
Entre canha e cantoria
Na roda o povo se assanha
Para os versos de porfia

Canta um verso, cantador
Canta um verso
Canta um verso de amor

Não namoro teus cabelos
Nem o brinco das “oreia”
Namoro teu lindo “zóio”
Debaixo da “sobranceia”

No trejeito da cordeona
As “siá donas” temporonas
No compasso das choronas
Procurando um folgazão

As miradas de queixumes
Jogos desfiando perfumes
Pescada de vagalumes
Braseiros no coração

Eu te miro, tu me bombeia
Só neste chove não “móia”
Se tu não quer adoçar minha vida
O mel de “abeia”
Então por que que tu me “óia”?

Com manhas de rodilhudos
Um xirú “carca” o garrão
Corta a marca aposta tudo
E se perde nas relação

Quando eu canto
Eu me “alembro”
Da estância dos “ocalitro”
Não bebo leite de cabra
Só de nojo do cabrito

Canta um verso cantador
Canta um verso
Quem sabe encontramos um par

Canta um verso cantador
Canta um verso
Vale a pena cantar

Clarão Rural

Clarão Rural
(João de Almeida Neto)

Já está chegando no Rincão do Touro Passo
A luz mais clara do que a luz de lampião
Vem pelos fios a energia destes tempos
Pra iluminar o mundo só de cada peão.

É o jeito novo de clarear salas antigas
Braseiro novo preso ao teto do galpão
E se debruça nos açudes da fronteira
Ajuda os homens a dar água a plantação.

Prolonga o dia nos oitões das casas grandes
Aquece a sanga rotineira dos rurais
E quando estrelas lá no céu piscam-lhe os olhos
Ela responde das ramadas dos quintais.

E assim que venha pelo bem desta querência
Gerar o sonho mais humilde e mais comum
Calar na alma dos campeiros do meu pago
Dando mais brilho a luz do olhar de cada um.



Enviada por Liane

Chuvas de Verão

Chuvas de Verão
(João de Almeida Neto)

Quando estas nuvens se esparramam pelo pampa
E em gotas claras se derramam pelo chão
Apagam o pó dos pátios pobres da campanha
E apagam as brasas dessas tardes de verão.

Parece até que cada gota desta chuva
Vem como lágrima do céu para regar
O peito triste dos que choram como as nuvens,
Sem ver a flor do coração desabrochar.

Por isso gosto dessas chuvas veranearas,
Que vêm e chovem e se somem sem alarde
Para levar a outros campos e outras vidas
A paz molhada que espalharam pela tarde.

E como chegam, vão-se as tardes, vão-se as chuvas
e vão-se os dias, vão-se o tempo e a ilusão
e vamos nós, em cada sonho que se apaga,
como se a vida fosse chuva de verão.


Enviada por Liane

Nova Trilha

Nova Trilha
(Nilo Bairros de Brum, João de Almeida Neto)

Levando o vento no peito
Pelo pampa um dia andei
Alargando os horizontes
Que eu mesmo redesenhei,
E os mapas que risquei,
A lança e ponta de adaga
Estão nas folhas dos livros
Que a memória não apaga.

Um dia deixei o campo
Porque o campo me deixou,
No pasto perdi o rastro
Que o vento norte apagou.
Morador dos corredores
Deixei pra trás horizontes,
Herdei a fome das vilas
E a quincha nua das pontes.

Um dia volto à querência
Para cortar sesmarias
E um novo canto da terra
Cantarei nas pulperias;
Desgarrados, bóias-frias,
Encontrarão nova trilha
E os direitos sonegados
Virão à sobre-partilha.



Enviada por Liane

Definição do Grito

Definição do Grito
(Gildo de Freitas)

Uma vez num outro estado me pediram a informação
Porque é que no Rio Grande todo Gaúcho é gritão
Respondendo ao pé da letra já lhe dei a explicação
São tradições do estado pra quem foi acostumado
A gritar com a criação

Eu me criei na campanha saltando de madrugada
Obedecendo o patrão e pondo a tropa na estrada
Quem quiser ver coisa feia é uma tropa estourada
É aí que eu acredito que a gente não dando uns gritos
Se perde toda a boiada

Assim mesmo não são todos no falar agritalhado
O Gaúcho da cidade tem um falar moderado
Na campanha é que há razões de falar mais alterado
Isto são coisas da vida prá quem se criou na lida
Sempre gritando com gado

Dou definição do grito porque me criei tropeando
Hoje de vida mudada vivo no disco gravando
As vezes tenho a impressão que escuto o gado berrando
Por isto é que eu facilito e sem querer prendo-lhe um grito
E canto a letra gritando

A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
E lá pras bandas do norte aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco sei que este povo acredita
E nesta minha canção fica dada a explicação
De porque que o Gaúcho grita


Enviada por Liane

Cantor de Fronteira

Cantor de Fronteira
(Gilberto Carvalho, João de Almeida Neto)

Quando canta um cantor de fronteira
Traz recados de vida e caminho
E se sua garganta é guerreira
Sua alma transborda carinho

Quando canta um cantor de fronteira
Não vê mapas e faz seu aparte
Irmanando parceiros de alma
Na fraterna grandeza da arte

Quando canta um cantor de fronteira
Escancara garganta e caminho
Se somando a outras vozes cantoras
Que um fronteiro não canta sozinho

Quando canta um cantor de fronteira
Louva amores que o mundo lhe deu
Mas conserva em ciumenta moldura
A fronteira que nunca esqueceu

Quando canta um cantor de fronteira
Nunca é isolada a emoção,
É uma frente de vozes erguendo
Sua gente, sua arte, seu chão


Enviada por Liane

As Razões do Boca Braba

As Razões do Boca Braba
(João de Almeida Neto)

(Tem gente que não entende
Que o macho, quando é bem macho,
Nem que o mundo venha abaixo
Não dispara e não se rende
Essa é a gente que se ofende
Com o meu ar de liberdade
E por inveja, e maldade
Das suas mentes macabra
Batizam de boca braba
Quem tem personalidade)

Me chamam de boca braba
Não sabem me analisar
De gênio eu sou uma cachaça
Mas de alma um guaraná
Só não me péla com a unha
Quem pretende me pelar
E depois que eu fico brabo
Não adianta me adular

(Eu sei que é em mim que deságua
Quase que cento por cento
De todo o ressentimento
Dessa gente que tem mágoa
É porque eu não bebo água
Nas orelhas dessa gente
Que adoram mostrar os dentes
E por não terem fé no taco
Vivem grudado no saco
Dos políticos influentes)

Me chamam de boca braba
Mas eu nem brabo não fico
Não desfaço quem é pobre
Nem adulo quem é rico
Quando eu gosto, eu elogio
Quando eu não gosto, eu critico
E onde tem galo cantando
Eu vou lá e quebro-lhe o bico

(O meu jeito?
Ah, o meu jeito, conforme tenho dito
Pra uns é muito bonito
Pra outros é meu defeito
Mas talvez seja o meu jeito
Que me troque de invernada
Cada um tem sua estrada
Seu lugar, seu parador
A abelha gosta da flor
A sarna, da cachorrada)

Me chamam de boca braba
Essa gente tá enganada
Eu tenho é boca de homem
E tenho opinião formada
Sei qual é a boca que explora
Sei qual é a boca explorada
E é melhor ser boca braba
Que não ter boca pra nada


Enviado pore Liane

Alma de Poço

Alma de Poço
(Antonio Augusto Ferreira, Vinicius Brum)

Madrugada mais lubuna mateio desprevenido
Tenho andado mal dormido com paixões demais pra um
Os meus olhos tresnoitados se voltam mesmo pra dentro
A vida põe sal na boca e o mate não mata a sede

Querência fica distante mesmo andando dentro dela
Que me importa o sol na cara se a alma não amanhece?
Não quero sonhar de novo renascer não vale a pena, ai
Alegria pouco importa quando a vida anda pequena, ai

Solidão bate no rancho já me sabe mais covarde
Vou cultivando um silêncio que vai florescendo à tarde

(Ai, ai, ai... de mim, corpo de moço,
Jeito de rio
Ai, ai, ai de mim, alma de poço,
Peito vazio
Ai, ai, ai... de mim, corpo de moço,
Jeito de rio)



Enviado por Liane

Vozes Rurais

Vozes Rurais
(João de Almeida Neto)

Cada vez que um campeiro abre o peito
Num galpão interior que ele traz
Quem não quer o Rio Grande cantando
Com razões sem sentidos desfaz

Mas no meio de tantos estranhos
Momentistas e circunstanciais
Surge o forte refrão das campanhas
Entoado por vozes rurais

Dê-lhe boca essas bocas cantoras
Redentora da voz dos galpões
Dê-lhe pata e desata esse brado
Dos sagrados rituais dos fogões

E entre cantos que negam e fogem
Aos atávicos tons musicais
Estão eles de bota e bombacha
Sustentando os padrões culturais

Que não falte coragem a esses homens
Contra o tempo agüentando o repuxo
E que a estranhas tendências imponham
O autêntico canto gaúcho


Colaboração de Liane, Gracias.