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Mostrando postagens com marcador Gujo Teixeira. Mostrar todas as postagens
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PELEANDO EM OUTRA GUERRA

TÍTULO
PELEANDO EM OUTRA GUERRA
COMPOSITORES
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
JORGE GUEDES
INTÉRPRETE
JORGE GUEDES & FAMÍLIA
RITMO
CD/LP

FESTIVAL

DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


PELEANDO EM OUTRA GUERRA
(Gujo Teixeira, Jorge Guedes)

Quantas vezes este lenço
Que foi brasão e bandeira
E apontou seus espaços
Delimitando fronteiras...
Honrando o sangue na veia
Já foi causa de peleia
No meio da polvadeira...

O branco, republicano
O rubro, federalista...
Andaram atado ao pescoço
Com famas de idealista...
Hoje de panos puídos
Já não definem partidos
Talvez, só pontos de vista...

Estes lenços já sem cores
De tradição intangível...
Hoje acenam pra pátria,
Naquilo que for possível...
Ostentam um simples luxo,
pra defender o gaúcho
Contra o inimigo invisível...

Quem hoje vê este lenço
De outro jeito, atado...
Não mais, batendo no peito
Com um velho nó, apertado.
Entende que a tradição
Agora é a proteção
De um gaúcho mascarado.

Por isso que este taura
Por garantido, não erra !
Anda achando o seu jeito
De continuar nesta terra...
Não pensem que é um bandido,
É um gaúcho prevenido
Peleando em outra guerra...



O AÇUDE É UM CÉU DENTRO D'ÁGUA

TÍTULO
O AÇUDE É UM CÉU DENTRO D'ÁGUA
COMPOSITORES
LETRA
GUJO TEIEIRA
MÚSICA
ZÉ RENATO DAUDT
INTÉRPRETE
GUSTAVO TEIXEIRA
RITMO
MILONGA
CD/LP
20ª SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
20ª SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


O AÇUDE É UM CÉU DENTRO D'ÁGUA
(Gujo Teixeira, Zé Renato Daudt)

De onde avisto a querência, o açude é um céu dentro d´água
Lâmina azul, refletindo, tudo o que o tempo deságua.
Aprisionado em limites, contido, longe se espelha
Pois entre as duas coxilhas, surge uma várzea parelha.

Tudo que o céu guarda em si, o açude mostra também
Menos as suas vontades, de querer ir mais além.
Quando um desaba no outro, com temporal e tormenta
Acordam as sangas por diante, deixando a água barrenta.

O açude em águas calmas, é tudo o que o céu quiser
Pois vive das suas chuvas, duma nascente qualquer.
Nas margens de grama verde, o gado pasta a planura
E mata a sede das tardes, bebendo o céu nas lonjuras.

O céu se pinta de estrelas, em águas anoitecidas
Que a lua deixa de manso, um risco em luz, refletida.
São nestas horas, que a noite, fica o olhar calmamente
O bote de uma traíra, contra uma estrela cadente...

O vento que empurra as nuvens, faz maretas no açude
E o céu, não para espelhado, torcendo que o tempo mude.
Vão os dois pra o mesmo lado, até chegar na vazante
O açude, para na taipa, e as nuvens seguem por diante.

O açude é um céu dentro d´água, e a mesma cena ao inverso
Guardando dentro um mistério, que existe em seu universo.
Que as garças, que voam longe, levam o céu pelas asas
Depois, devolvem ao açude, pousando nas águas rasas...

Passa tanto céu na água, e o açude segue o mesmo...


PRINCÍPIO


TÍTULO
PRINCÍPIO
COMPOSITORES
LETRA
GUJO TEIXEIRA
EVAIR SUAREZ GOMEZ
MÚSICA
JULIANO GOMES
INTÉRPRETE
ADRIANO GOMES
ITA CUNHA
RITMO
MILONGA
CD/LP
35ª GAUDERIADA DA CANÇÃO GAÚCHA
FESTIVAL
35ª GAUDERIADA DA CANÇÃO GAÚCHA
DECLAMADOR
RICARDO COMASSETO
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
1º LUGAR

PRINCÍPIO
(Gujo Teixeira, Evair Suarez Gomez, Juliano Gomes)

Chispiou a primeira estrela
Sobre o céu do continente
Se ouviu a água corrente
Cortar a pampa charrua
Nascia a raça mais crua
Que o espinho da japecanga
Pra olhar a boca da sanga
Comungar hóstias de luas...

Voaram então duas pedras
Sobre as cabeças, rodando
E viu-se um potro bolcando
Levando o primeiro tombo
Pra depois, manso de lombo,
Carregar um índio campeiro
E se ouvir no pago inteiro
Patas baterem qual bombo.

Rasgou no céu a faísca
De um raio em noite de guerra
Que enraizou-se na terra
Bem vinda, fértil e mansa
E o fio da adaga e da lança
Com o mesmo aço que veio
Moldou-se à boca, nos freios
Dos cavalos de confiança.

Morreu a rês pela faca
E principiou-se a sangria
Demarcando a geografia
Em rastros e morredouros
Quando o avesso dos couros
Que toldaram os benditos
Trançaram relhos e ritos
Em mil peleias de touros.

Se vieram os dias, as noites
Romanças e ventanias
As vacas chamando a cria
Em rodeios e entreveiros
Barbarescos aguaceiros
Molhando a alma da gente
Que fecundou a semente
Na gênesis dos campeiros.

No princípio foi assim...
Se fez o céu e a terra
E as águas primordiais
E os gaúchos tão iguais
À sua própria imagem
Fez-se a luz, a paisagem
Os bichos e o firmamento
Depois, a chuva e o vento
E nem precisava mais!

SE UM DIA EU ME FOR

Título
SE UM DIA EU ME FOR
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
JARI TERRES
EVERSON MARÉ
Intérprete
JARI TERRES
Ritmo
MILONGA
CD/LP
3º CANTO MISSIONEIRO DA MÚSICA NATIVA
Festival
3º CANTO MISSIONEIRO DA MÚSICA NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
3º LUGAR

SE UM DIA EU ME FOR
(Gujo Teixeira, Jari Terres, Everson Maré)

Se um dia eu me for
Não me esperem
Larguem meus baios pro campo
Deixem meus sonhos de lado
Mas continuem encilhando
Algum que eu tenha domado

Se um dia eu me for
Não me esperem
Com mate recém cevado
Com a mesa posta e um sorriso
Talvez eu tenha ido embora
Porque já fosse preciso

Não quero ser só lembrança
Mas vou ficar por aí
Um pouco de mim em tudo
Tão pouco de mim em ti

Não quero ser só saudade
Pra quem desejar guardá-la
Serei os olhos do campo
Numa moldura da sala

Serei em tempo de vento
Uma poeira insistente
Que ficará pela estrada
Pra os olhos da minha gente

Serei partida e retorno
Se um dia eu me for embora
Porque sempre irei de voltar
Nos fins de tarde, aqui fora

Se um dia eu me for
Não me esperem
Para me ouvirem em verso
Pra se lembrarem de mim
Se um dia eu me for
É porque Deus quis assim.

CORDEONA-ME

Título
CORDEONA-ME
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
LUCIANO MAIA
Intérprete
LUCIANO MAIA
Ritmo
CHAMAMÉ
CD/LP
18ª ESTÂNCIA DA CANÇÃO GAÚCHA
Festival
18ª ESTÂNCIA DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
2º LUGAR

CORDEONA-ME
(Gujo Teixeira, Luciano Maia)

Dentro da minha cordeona há um universo sonoro
Que pulsa no mesmo sopro, contido em cada suspiro...
De tanto que fui palavra tentando ser sentimento
Eu percebi que a cordeona vive do ar que eu respiro!

Cordeona-me
E me condena ao teu segredo, assim, fechada
Na palavra musical que tens guardada
Pelo fóle nas entranhas

No vento melodioso da campanha
Que te sustenta e te mantém ainda viva

Cordeona-me
E me explica este adeus que tens nos braços
No gesto de entregar-me em teus abraços
Entre nós, longe de mim

Que eu sei que vou seguir pra sempre assim
Buscando este silêncio onde te achei

Cordeona-me
E me encanta com teus ventos escondidos
Te busco então em todos estes meus sentidos
Pelas mãos, pelo meu ser, por tudo que aprendi

Por te querer
Hoje te sinto e te espero, sempre aqui

Cordeona-me
Por que respiras este ar que me dá vida
O mesmo ar que achou notas esquecidas
Pela alma do meu verso

Tentando agradecer ao universo
Com este pronome musical que eu fiz pra ti.

ROMANCE FRONTEIRO

Título
ROMANCE FRONTEIRO
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
JULIANO GOMES
Intérprete
MARCELO OLIVEIRA
Ritmo
CHIMARRITA
CD/LP
19ª VIGÍLIA DO CANTO GAÚCHO
Festival
19ª VIGÍLIA DO CANTO GAÚCHO
Declamador

Amadrinhador

Premiações
2º LUGAR
MELHOR POESIA
MELHOR INTÉRPRETE – MARCELO OLIVEIRA

ROMANCE FRONTEIRO
(Gujo Teixeira, Juliano Gomes)

Um dia desses fronteiro, me larguei de alma bem vinda
Rumo aos floreios de um rancho, aonde mora minha linda
Meu pingo baio escarceia num tranco de madrugada
Gasta distância de léguas buscando o rumo e mais nada

Um vento bom de saudade me assopra das laranjeiras
Me adoça a estrada comprida e por nada a vida inteira
Meu coração de campanha parece que sabe a volta
Chega bem antes de mim, conhece o atalho e se solta

Quem tem a alma nos olhos de uma florzita de campo
Faz das estrelas da noite um lume de pirilampo
E junta o silêncio claro de basto, espora e barbela
Com um assobio compassado, sonando coplas pra ela

Pelo acalanto do vento que desce desde a coxilha
Minha saudade se achega e assim no más desencilha
Um mate é quase um saludo no doce-amargo de um beijo
Pelo carinho das mãos e um jujo bom de poejo

Trouxe de tiro esta lua, num riso em quarto crescente
Só pra alumbrar os olhos negros da noite que cai silente
Se enfeita minha primavera com a flor do meu rincão
E um canto de chimarrita que encanta o meu coração

Canto um romance fronteiro desses que a noite ainda encobre
Nos alvoroços de um pala minguado de rima pobre
Quedando a noite serena que prometia um abraço
E ela de pala no ombro sonhando aqui nos meus braços.


BEM NA PORTEIRA

Título
BEM NA PORTEIRA
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
SABANI FELIPE DE SOUZA
Intérprete
CRISTIANO QUEVEDO
Ritmo
CANÇÃO 
CD/LP
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Festival
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
1º LUGAR
MÚSICA MAIS POPULAR

BEM NA PORTEIRA
(Gujo Teixeira, Sabani Felipe de Souza)


Circunstânciais os limites pra quem vive num moirão
Num rancho de terra bruta a um metro e tanto do chão
Um casal de João de Barro com paciência, bico e asa
Escolheu bem na porteira pra erguer o sonho da casa

O barro depois da chuva bastou pra toda morada
Mangueira de terra boa sovada com a cavalhada
O tempo fez dias claros e a construção foi parelha
Duas semanas e o rancho foi do alicerce pras telhas

O macho levava cantos pro timbre do alambrado
Na partitura da cerca, anunciava os bem chegados
Toda manhã de setembro um canto novo acordava
Quando a fêmea emplumada, por sobre o rancho cantava

Porta pro lado do sol, meter a cara em porfia
E um canto de passarinho chamando as barras do dia
Porque a vida tem sentidos, onde a razão não se cansa
De renascer todo o dia, aonde existe esperança

Mas foi bem junto com a chuva que uma tropa de cruzada
Se apertou bem na porteira querendo pegar a estrada
E o moirão num trompaço perdeu o entono e a razão
E derrubou o ranchinho de terra e o ninho pro chão

E a tropa cruzou por diante sem repara o que fez
Casco e pisada quebraram dois sonhos de uma só vez
E o barreiro repousado no outro moirão da porteira
Parecia que buscava ao longe sua companheira

Custou, mas cantou de novo, de asas e bico aberto
Quando o casal se encontrou num cinamomo ali perto
Pra erguer um novo rancho no mesmo ciclo de espera
Longe do cruzo das tropas, na próxima primavera.