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Coplas de Andarengo

Coplas de Andarengo
(Edilberto Teixeira, César Oliveira)

Oigate saudade braba
Que nem mutuca picaça
Diz o andarengo que passa
Olhando longe a querência
Com os olhos cheios de ausência
No corredor vai passando
É como um pássaro perdido
Que chora meio em gemido
E que geme meio chorando

Segue ali cantando os versos
Que lembram a velha canção
A pátria do coração
É o lar, é o rancho da gente
Morada do amor presente
Que o tempo vai enraizando
Mas este é um verso esquecido
Que chora meio em gemido
E que geme meio chorando

E ali se vai ao tranquito
Seguindo o rumo dos ventos
Mascando os seus pensamentos
Judiados com a ventania
E esta amarga nostalgia
Aos poucos, lhe vai matando
Seu verso é um negro fugido
Que chora meio em gemido
E que geme meio chorando

Assim se vai o andarengo
Nas curvas da encruzilhada
Sofrendo a dor da aguilhada
De um sentimento aragano
E este gelado Minuano
Seu poncho vai perfurando
É assim um piá entanguido
Que chora meio em gemido
E que geme meio chorando

Às vezes quando é alta a noite
Foge o seu sono matreiro
E ao versejar costumeiro
Faz versos de redondilha
Sua alma assim de vigília
Se vai rezando e rimando
Seu terço é um canto perdido
Que chora meio em gemido
E que geme meio chorando

Recostado assim na noite
Vai terceando a hora que passa
Ouvindo a música lindaça
Do vento lá nas macegas
E a solidão lhe carrega
Noite a fora, noite andando
É um poeta andarangueando
Que chora meio em gemido
E que geme meio chorando