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CENTELHA DE UM TEMPO NOVO

TÍTULO
CENTELHA DE UM TEMPO NOVO
COMPOSITORES
LETRA
CAINE TEIXEIRA GARCIA
MÚSICA
ROBLEDO MARTINS
INTÉRPRETE
RAINERI SPOHR
RITMO
 ZAMBA
CD/LP
2º O RIO GRANDE CANTA O COOPERATIVISMO
FESTIVAL
2º O RIO GRANDE CANTA O COOPERATIVISMO
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


CENTELHA DE UM TEMPO NOVO
(Caine Teixeira Garcia, Robledo Martins)

Na minha terra, minha gente é assim
Traz no entono, a sapiência dos caminhos
Encontra forças no embate, até o fim
E nos ensina que é difícil andar sozinho

Em nossa pampa as antigas reduções
Ergueram sonhos, cultivando o mutirão
Auxílio mútuo a derrotar dificuldades
Desigualdades que calaram frente à união

Singrando campos, vê-se um rastro de idéias
Numa epopéia que culmina em união
Se esparramando de fronteira a fronteira
Esta centelha que inflama o coração

Cooperar para crescer, pra progredir.
Por um futuro bem melhor para todos nós
Plantando sonhos, para colher prosperidade
Realidades que se tornam uma só voz

Este legado hoje segue, firme e forte
E é o Norte para quem busca o crescimento
Unindo forças, tudo fica bem mais fácil
O bem social, extirpa todo o sofrimento

Um mundo novo, mais igual e solidário
Um novo tempo, sociedade bem mais justa
Rio Grande velho, diferente no cenário
Novo modelo, novas armas desta luta


ESTAÇÃO FINAL

Título
ESTAÇÃO FINAL
Compositores
Caine Teixeira Garcia
Nilton Junior
Intérpretes
Carol Vieira
Camila Vieira
Ritmo
Balada
CD/LP
23ª Tertúlia Musical Nativista
Festival
23ª Tertúlia Musical Nativista
Declamador

Amadrinhador


Estação Final
(Caine Teixeira Garcia, Nilton Junior)

Quando a face mais linda da lua
Prateou sobre a boca do monte
O amor fez sua eterna morada
Aqui, no coração do Rio Grande

E quando o coração se perdeu
Pelo amor que acendeu na noite
A d’alva, se fez sonho em prece
Clareando a pampa e o horizonte

Mas no ultimo apito de um trem
Que fez a curva, sem voltar jamais
Daquele amor, a saudade nasceu
E anoite escura partiu nunca mais...

A lembrança sangra – e eu canto
Para afastar essa dor que me abraça
O coração, lamenta a curva ao longe
Onde do trem, só restou a fumaça

Talvez a noite ao quedar-se enciumada
Pra ser vingada, levou meu Morotin
Da Imembui que fui, hoje, sou nada
Os trilhos apontam o destino do fim...

Me fiz esperança, presa à estação
Onde essa saudade até vira poesia
Segue sendo teu, esse meu coração
Que ainda te espera, em Santa Maria



Rio Negro, Boi Preto E A Degola

Rio Negro Boi Preto E A Degola
(Caine Teixeira Garcia, Zulmar Benitez)

Mangueira de pedra
Massacre latente
Rio Negro em sangue
“irmãos” já rendidos
Facas se “servindo”
Degola inclemente
Facas se “servindo”
Em “irmãos” já rendidos
Horror no semblante

Quanto vale a vida
De um homem de bem?
Perguntaram a La Torre
Faca no pescoço
Sorriso no rosto
É sangue que escorre
Faca no pescoço
Sorriso no rosto
É sangue que escorre
É mais um que morre...
É mais um que morre!

Que tempo brabo              
Viveu o Rio Grande
De se lamentá
De vida ceifada
E morte debochada
Por todo lugar
Irmão contra irmão
Perdendo a razão              
Com ódio no olhar
Esquecendo ideais
Degolando “no más”
Num prazer de matar
Num prazer de matar
Num prazer de matar!

- E a vingança veio
Lá pelas Palmeiras –
Na mesma moeda
Degola sem trégua
Massacre em “Boi Preto”
Sangrando a terra
Massacre em “Boi Preto”
Degola sem trégua
O ódio é uma fera...
O ódio é uma fera!

Coronel Firmino
Ordenando a matança
Degola em marcha
Na faca o destino
Cabeças sem corpo
Bombeando pro nada
Cabeças sem corpo
De heróis e assassinos
Que no campo ficaram...

Que tempo brabo
Viveu o Rio Grande
De se lamentar
De vida ceifada
E morte debochada
Por todo lugar
Irmão contra irmão
Perdendo a razão
Com ódio no olhar
Esquecendo ideais
Degolando “no más”
Num prazer de matar!
Num prazer de matar!



Intérprete: Pirisca Grecco, Leonardo Paim




* Esta letra foi baseada em fatos históricos do RS, procurando abordar um pouco o “assunto” degola em nosso Estado, focando, em especial, o “Massacre do Rio Negro” e a “Mortandade em Boi Preto”, conforme consta em livros de nossa vasta bibliografia, tais como “História Ilustrada do Rio Grande do Sul, RBS Publicações, 2004”; “No Tempo das Degolas, Elói Chaves Flores, ML 1986”; “Maragatos e Pica-Paus. Guerra Civil e Degola no RS, Carlos Reverbel, POA, L&PM, 1985”, entre outros, além de depoimentos de historiadores.

Estamos publicando o áudio original do autor, gentilmente cedido pelo mesmo. Ainda não localizamos os áudios das interpretações nos festivais, bem como precisamos confirmar os intérpretes nos dois festivais em que foi defendida a marca. Quem puder ajudar de alguma forma, ficamos muito gratos.

Casas Velhas

Casas Velhas
(Marcelo D’Ávila, Caine Teixeira Garcia)

Há sempre acordes de valsa
Pairando nas casas velhas
E um misto de geada e estrela
Prateando o ruivo das telhas.

Nas fontes frias dos pátios
Os gatos matam a sede
E o tempo pinta suas cores
Na memória das paredes.

O vento toca violino
Pelas frestas das janelas
Para que bailem as cortinas
À pálida luz das velas.

Nos sótãos empoeirados
(Que essas casas sempre os têm)
Se escondem baús antigos
Cujos donos são ninguém.

Respiram, as casas velhas,
Com uma quietude de poço –
Fecham seus olhos cansados
E sonham seu tempo moço.

Nas floreiras desbotadas
Restam cinzas e miasmas
E o silêncio das varandas
Conta histórias de fantasmas.

A cristaleira da sala
Guarda o vazio das demoras
E o relógio dorminhoco
Marca sempre a mesma hora.

Intérprete: Jean Kirchoff

O Que Me Encanta O Olhar

O Que Me Encanta O Olhar
(Caine Teixeira Garcia)

De nada vale um sorriso
Com falsidade no olhar
E de que serve um abraço
De quem não quer afagar
E aquele aperto de mão
Perde o sentido e a razão
Se ao invés do coração
Traz só inveja “no más”

Qual serventia de um laço
Se a destreza nos faltar
Esporas são mero enfeite
Em quem não sabe montar
E reafirmando o que falo
Qual o valor de um cavalo
Que pra lida se faz malo
Sem as rédeas respeitar?

Os horizontes são feitos
Para os que sabem sonhar
A vida tem mais sentido
Quando aprendemos a amar
As coisas simples do campo,
A china, o pingo, meu rancho
O meu guaipeca buerano
É o que me encanta o olhar

De nada vale o silêncio
Quando é preciso falar
A palavra é fio de adaga
Quando mais vale calar
E a seiva do verde amargo
Sorvida de trago em trago
Somente se faz regalo
Se há prazer em ofertar

De que nos servem arreios
Sem pingos para encilhar
Estrivos só são esteios
Prá quem sabe se firmar
O campo que dá o sustento
Também sabe dos  tormentos
Da dor e ressentimento
De quem foi prá não voltar...


Intérprete: Raineri Spohr

O Meu Lugar

O Meu Lugar
(Caine Teixeira Garcia, Daniel Cavalheiro)

O meu lugar, não é mais meu
Pois se perdeu n’algum lugar   
Num corredor – de morte em vida –
Onde o destino é não chegar

Este lugar, que tenho agora
Não é “lá fora”, me faz penar
Alma de campo, presa a um tempo
Que em silêncio, não quer calar

Neste povoeiro, sonhos logrados
Canso cavalos na solidão
O meu lugar, hoje é passado
Sempre presente no coração

Do meu lugar, eu sou herança
Campo na estampa, sonhos no olhar
Preso num tempo - entre as estâncias
Na eterna ânsia de regressar                                   
                                              
No horizonte, poeira e mais nada
Incerta estrada prá trilhar
Um corredor – de morte em vida –
E uma porfia de não chegar

Mas sei que um dia, hei de voltar
Ao meu lugar, mesmo no fim
A alma pampa, por ser querência
Lambe as feridas que sangram em mim


Intérprete: Daniel Cavalheiro

Povo Do Pampa

Povo Do Pampa
(Alex Silveira, Caine Teixeira Garcia)

Rio Grande Pátria de tantos
Povo do pampa e campeiro
Gaúchos de toda a estirpe
Deste sul tão Brasileiro

Uruguai do gado pampa
Da monta em basto oriental
Das “criollas” de Vichadero
Da milonga tradicional

Assim, por serem irmãos
De alma e cor de bandeira
Trazem nos olhos a luz
Do sol da mesma fronteira.

São três pátrias, mesmo pampa
Mesma guitarra e pajada
Do folclore e da bombacha
Parceiros da mesma estrada

O mesmo mate comunga
Quem trás na bota campeira
A terra do mesmo campo
Do chão da mesma mangueira

Do bocal, cordas de doma
De um potro de queixo atado
Da mesma raça, crioula
Bragados, mouros, gateados

Não importa se Riograndense
Uruguaio ou Argentino
Gaúcho é sempre Gaúcho
Forjados num só destino

Argentina do rio Paraná
Do bandoneon e malambo
Das tropilhas em Jesus Maria
Da nostalgia de um tango

São três pátrias, mesmo pampa
Mesma guitarra e pajada
Do folclore e da bombacha
Parceiros da mesma estrada

O mesmo mate comunga
Quem trás na bota campeira
A terra do mesmo campo
Do chão da mesma mangueira


Intérprete: Daniel Cavalheiro

Sina Das Almas

Sina Das Almas                                            
(Caine Teixeira Garcia, Zulmar Benitez)

São almas que cruzam...
Numa sede de caminhos,
Numa busca de carinhos,
Num carência de afagos...

São almas que lutam...
De uma forma insistente,
Prá que não morram sementes
No ventre antigo dos pagos!

São almas que anseiam...
Pelas refregas, peleias
Por defender a bandeira
Deixada como legado...
                                                                                             
Eterna sina das almas,
Que são campeiras de fato
De andar repisando rastros
Que o tempo jamais apaga
                                  
Sina das almas, eternas,
Que temem a despedida
Da pampa, que foi em vida
Bem mais que sua morada...
                                  
São almas que habitam...
O ermo dos campos santos
Tantos no meio de tantos
Tiveram destinos logrados...

São almas que insistem...
Em renegar a distância
Que “hay” entre céu e pampa
Entre presente e passado...

São almas que voltam...
Para junto das fogueiras
Prá no chiar das chaleiras
Renascerem num amargo....


INTÉRPRETE: MARCELO OLIVEIRA

Das Esperas Na Guerra

Das Esperas Na Guerra
(Caine Teixeira Garcia)

Um mate do estrivo, um nó na garganta
A querência pampeira sonhando ideais
Dois olhos braseiros buscaram os seus
E o sol que nasceu matizou nunca mais

No tino guerreiro alçou perna e se foi
E o adeus no portal ganhou olhos de rio
Adentrou a tristeza no rancho fronteiro
Quando lá no horizonte, o centauro sumiu

Foram dias e noites de uma longa espera
Da china valente de alma aguerrida
Não podia crer que esperava em vão
Com o terço nas mãos, um milagre pedia

Lembrava do pai em seu triste destino
De formar família e erguer sua morada
Até que um dia, ao seguir os clarins
Encontrou o seu fim num campo de batalha

Soubera depois por um chasque mandado
Que a espera acabara na lança inimiga
A silhueta do amado ficou na lembrança
Para ser reencontro, quem sabe em outra vida

Restou em seu peito, amargura e saudade
E no colo a semente que o amor concebeu
No cerro um rancho e duas vidas marcadas
Pela ceifa da guerra, onde um sonho morreu

Algum tempo depois, a seguir seu legado
Viu seu filho partir e pelear por sua terra
A mulher já cansada, mirando distâncias
Cerrou olhos por fim, em sua última espera

Nosso sul se fez pátria e fronteira liberta
Pelo sangue e bravura de homens gaúchos
Mas também pela força de tantas mulheres
Que no anonimato, aguentaram o repuxo


Cantos De Luz

Cantos De Luz
(Caine Teixeira Garcia)

Escuridão não me assombra
Tenho querências de luz
Renasci no ventre antigo
Do campo que me traduz
A alma não se extravia
Da estrada que a conduz

Entre os sentidos da vida
Entre os caminhos, enfim
Renúncias parem escolhas
Com cismas de não e sim
Não me assombra a escuridão
O pago em luz trago em mim

Não me assombra a escuridão
Cantos de luz trago em mim
Passado a cruzar presente
Planto o futuro assim
Se hoje sei prá onde vou
É por saber de onde eu vim

Não me assombra a escuridão
Rincões de luz trago em mim
E o que transcende a matéria
Semeia um novo porvir
O ontem é um flete de tiro
Princípio que não tem fim

Sou minha própria verdade
Que é meu ouro e minha cruz
Se a vida é velha milonga
Que o tempo sempre seduz
Escuridão não me assombra
Tenho querências de luz

Não me assombra a escuridão
Cantos de luz trago em mim
Passado a cruzar presente
Planto o futuro assim
Se hoje sei prá onde vou
É por saber de onde eu vim


Cismando Com O Vento

Cismando Com O Vento
(Severino Moreira, Caine Teixeira Garcia, Zulmar Benitez)

Igual a um potro desbocado
Que se perde campo à fora
Treme barbelas e argolas
E assobia no alambrado
Arrepia os descampados
E o pêlo da cavalhada
Vem numa copla afinada
Duetando o berro do gado

Desbocado vento norte
Que vem me bater à fronte
Já chega de três ontonte
Me açoitando o chapéu
Vem fazendo escarcéu
Num redemoinho de fumaça
Por certo depois que passa
Nuvens choram lá no céu

Eu também sou desbocado
Cruzando a mesma querência
Tu abstrato, eu essência
Tu no ar e eu no chão
Tens no sopro a razão
Com a força que nos norteia
Tu cantas por boca alheia
E eu pelo coração

Vem mareteando os açudes
Levantando geada preta
Quando o dia faz careta
E não dá vaza ao campeiro
E quando vira pampeiro
E vai da alma até o osso
Vazando o pano grosso
Que abriga um fronteiro