Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador 28ª Coxilha Nativista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 28ª Coxilha Nativista. Mostrar todas as postagens

Rio Negro, Boi Preto E A Degola

Rio Negro Boi Preto E A Degola
(Caine Teixeira Garcia, Zulmar Benitez)

Mangueira de pedra
Massacre latente
Rio Negro em sangue
“irmãos” já rendidos
Facas se “servindo”
Degola inclemente
Facas se “servindo”
Em “irmãos” já rendidos
Horror no semblante

Quanto vale a vida
De um homem de bem?
Perguntaram a La Torre
Faca no pescoço
Sorriso no rosto
É sangue que escorre
Faca no pescoço
Sorriso no rosto
É sangue que escorre
É mais um que morre...
É mais um que morre!

Que tempo brabo              
Viveu o Rio Grande
De se lamentá
De vida ceifada
E morte debochada
Por todo lugar
Irmão contra irmão
Perdendo a razão              
Com ódio no olhar
Esquecendo ideais
Degolando “no más”
Num prazer de matar
Num prazer de matar
Num prazer de matar!

- E a vingança veio
Lá pelas Palmeiras –
Na mesma moeda
Degola sem trégua
Massacre em “Boi Preto”
Sangrando a terra
Massacre em “Boi Preto”
Degola sem trégua
O ódio é uma fera...
O ódio é uma fera!

Coronel Firmino
Ordenando a matança
Degola em marcha
Na faca o destino
Cabeças sem corpo
Bombeando pro nada
Cabeças sem corpo
De heróis e assassinos
Que no campo ficaram...

Que tempo brabo
Viveu o Rio Grande
De se lamentar
De vida ceifada
E morte debochada
Por todo lugar
Irmão contra irmão
Perdendo a razão
Com ódio no olhar
Esquecendo ideais
Degolando “no más”
Num prazer de matar!
Num prazer de matar!



Intérprete: Pirisca Grecco, Leonardo Paim




* Esta letra foi baseada em fatos históricos do RS, procurando abordar um pouco o “assunto” degola em nosso Estado, focando, em especial, o “Massacre do Rio Negro” e a “Mortandade em Boi Preto”, conforme consta em livros de nossa vasta bibliografia, tais como “História Ilustrada do Rio Grande do Sul, RBS Publicações, 2004”; “No Tempo das Degolas, Elói Chaves Flores, ML 1986”; “Maragatos e Pica-Paus. Guerra Civil e Degola no RS, Carlos Reverbel, POA, L&PM, 1985”, entre outros, além de depoimentos de historiadores.

Estamos publicando o áudio original do autor, gentilmente cedido pelo mesmo. Ainda não localizamos os áudios das interpretações nos festivais, bem como precisamos confirmar os intérpretes nos dois festivais em que foi defendida a marca. Quem puder ajudar de alguma forma, ficamos muito gratos.

A Mão Esquerda De Um Sábio

A Mão Esquerda De Um Sábio
(Carlos Omar Villela Gomes, Arthur Bonilla)

Alguns dos meus alfarrábios
Foi essa mão que escreveu;
Talvez os mais importantes
E bem maiores que eu.
A mão esquerda de um sábio,
A mão que me socorreu
Nos meus primeiros tropeços
Nesses caminhos sem Deus.

Não vou buscar nos relógios
As entrelinhas do tempo
Para encontrar os vestígios
Que forjam meus pensamentos.
Pela aridez das idéias
Ouvi conselhos fecundos,
Mostrando os códigos velhos
Que ainda regem o mundo.

Miro um olhar de colheita
De quem semeou mais além;
Um sábio e sua mão esquerda
Guiando os passos de alguém!
Miro o olhar de um gaúcho
Que enxerga o mundo também;
Muito maior que o planeta...
Quase do porte que tem!

Alma campeira e altiva,
Peito de pai e poeta...
A mão esquerda de um sábio
Das linhas tortas faz retas.
Entende as voltas da vida
E tem a vida completa...
Palanque bom que não cimbra
Pela postura correta.

Eu tenho orgulho do pai
E mais orgulho do homem
Que sabe bem aonde vai,
Mesmo se os trilhos se somem.
O elo que nos cativa
Não há destino que corte...
Quer sejam quantas as vidas,
Quer sejam quantas as mortes!


Intérprete: Arthur Bonilla